São várias as espécies de mugilídios/muges abundantes em Portugal
(tainha, fataça, negrão, garrento, mogueira, lisa, etc). São
caracterizados pela forma da boca (que não se parece com nenhum outro
peixe), com dois lábios grossos e retrácteis e por ter os opérculos
largos e abaulados e pela fraqueza dos dentes ou pela sua ausência. São
peixes essencialmente costeiros, que podem viver na água doce, salobra
ou salgada. muito pouco agressivos, praticamente indefesos,
sendo vítimas de numerosas espécies vorazes. Com o corpo praticamente
cilíndrico coberto de escamas grandes que avançam até à parte de cima da
cabeça - o seu estômago lembra o das aves, pois é composto de duas
partes rodeadas de músculos fortes que trituram os alimentos, superando
assim a fraqueza ou ausência dos dentes. Embora abundante e vulgar nas
costas portuguesas, não é um peixe muito pescado, não só pela
dificuldade em si como também pela falta de interesse dos pescadores,
devido ao seu nulo interesse gastronómico - porque vivem geralmente em
locais fortemente poluídos (que suportam sem grande dificuldade),
ficando impregnadas de todas as substâncias, desde o gasóleo e nafta até
aos resíduos orgânicos. Exceptuam-se as que são pescadas em mar aberto.
No entanto, as tainhas foram já, em tempos passados, uma das espécies
mais pescadas e comercializadas em Portugal. Têm um faro apuradíssimo,
por isso são normalmente as primeiras a chegar sempre que se engoda -
são difíceis de pescar - costumam "mastigar" o isco e cuspi-lo. Deve
usar-se um anzol pequeno e fio muito fino, à bóia, e como isco a
sardinha ou minhoca (a cobrir completamente o anzol). Pode atingir 1
metro de comprimento e até cinco quilos.
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