
A PESCA À DERIVA (Drifting)
Por Pedro Dray
Pescar à deriva é, por si só, uma grande arte.
Existem variadíssimas formas de pescar à deriva mas irei apresentar apenas
uma delas, a que melhor tem funcionado comigo.
Para que possamos pescar no sistema de deriva existem vários pontos que
deverão ser analisados:
1.
O local onde queremos pescar deverá ter
fundo de rocha pois é aí que existem as melhores cadeias alimentares.
2.
A velocidade da corrente. Não se
esqueçam que é pesca à deriva e não ao fundo. Como tal nada de âncoras.
Normalmente tentamos derivar por cima da rocha lentamente, e para isso
poderemos utilizar uma âncora de deriva, ( normalmente de cor amarela ou
laranja com formato de funil e vértice cortado). Com este tipo de âncora
travamos a velocidade com que a embarcação passa por cima do reef ou rocha
onde queremos pescar.
3. Importa também ter em conta o tipo de dia
que temos - se estiver descoberto, poderemos utilizar amostras de carapau,
sardinha ou outro tipo de isca directamente - mas se o dia estiver encoberto
deveremos pensar que temos de chamar a atenção para a nossa isca e para isso
podermos fazer o seguinte:
a - Pintar de cores bem vivas o nosso peixe, utilizando os corantes dos bolos;
b -
Chamando a atenção através da utilização de um balde com pequenos furos no
fundo, cheio de areia da praia misturada com pedaços de gordura de peixe ou
mesmo as suas entranhas, com, imagem só, brilhantes que as nossas crianças
utilizam nas pinturas e/ou para por no cabelo. Estes brilhantes são baratos
e os resultados são francamente bons, pois o peixe é curioso e temos de lhe
chamar de qualquer forma;
4.
Depois de escolhermos o local, escolhermos a
isca, prepararmos o dito engodo, e verificarmos a velocidade da corrente.
Estamos agora quase prontos para iniciar a nossa pescaria, mas é de extrema
importância que saibamos a que profundidade se encontra o peixe. Eu sei que
é difícil mas com a ajuda de uma sonda de nível médio poderemos saber onde
se encontra (mesmo que existam os tais dois metros de erro).

Mas para este exemplo ser ainda mais difícil vamos pensar que não temos
sonda e que como tal não sabemos a que profundidade se encontra o peixe. Bom
para estes casos devermos seguir a seguinte estratégia: lançar a isca a
várias profundidades colocando dentro da boca da nossa isca chumbinhos de
vários pesos. caso a isca mergulhe de cabeça devido ao peso, deveremos optar
por o colocar na linha e depois fazer uma puxada lateral onde, aí sim, a
isca será presa. A isca deverá parecer o mais natural possível.
O empate deverá ser feito com fio de piano, com um anzol e com uma ou duas
fateixas. Deveremos iniciar o empate cravando na cabeça do peixe (debaixo
para cima) um anzol normal. Seguidamente devermos fazer um novo empate que
será preso ao anzol onde iremos prender a nossa fateixa. Esta deverá ser
presa à isca a meio corpo e lateralmente - caso a isca seja grande e
nós queiramos, deveremos então fazer mais um empate (que deverá também ser
preso ao anzol inicial) cuja fateixa será presa à barbatana da cauda da
isca, mas no lado oposto ao da primeira fateixa.
Pescando a uma profundidade de mais ou menos 20 metros deveremos lançar
quatro canas com quatro iscas de peso diferente. deste modo poderemos tentar
a nossa sorte a vários níveis.
O engodo poderá ser lançado por balde, ou por uma meia de senhora -
uma das técnicas para melhorar o engodo é misturar uma garrafita de meio
litro de óleo de fígado de bacalhau ou óleo de sardinha - tudo serve
desde que cheire a peixe e deixe gordura na água.
Abraços e Keep your Lines Tight.
PDray
►►►
Voltar a Pesca Embarcada
|