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A dentada da
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O Filho da Puta
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Robalo com
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Histórias de
Pesca
Crónica nº 2
Histórias de Vila Nova de Milfontes
por
Mário Oliveira
O vosso nome, Katembe,
fascinou-me por motivos óbvios (quanto mais não fosse pelos camarões e
caranguejos) e assim quereria contar-vos 3 histórias de pesca verídicas, que
me sucederam em Milfontes.

1) A primeira foi num Carnaval quando era costume as mulheres locais irem
para a praia pescar…, há cerca de 30 anos atrás.
Na altura eu ainda pescava mais ou menos ao surfcasting, quando se aproximou
um velho local e me contou a história do safio que tinha um anzol no bucho.
O homem contou que pescara um safio que embuchara o anzol e que conseguiu
partir a linha e fugir quando ele o tinha quási na mão. Dessa forma o nosso
pescador fixou as suas feições e tomou o peso ao peixe.
Passados uns dias, contou ele, ia a passar no mercado e viu o “seu” safio.
Vira-se para o vendedor e disse: Esse safio é meu pois que o fisguei.
Conheço-o pela cara. Como assim? É o que lhe digo. Pega no peixe e diz: este
peixe deve ter 4 quilos e um anzol branco n.º 2. Quando o fisguei tinha
ele10 Kg., mas como já não come há duas semanas, pelas minhas contas deve
ter 4 e portanto é meu!
Contou-me a história com a maior desfaçatez, como se na realidade o caso
tivesse acontecido. Não sei é se o vendedor lhe deu o peixe ou não. Mas
recomendo-lhes que quando fisgarem um peixe em VN Milfontes olhem-no bem nos
olhos!!!
2) A segunda história passou-se no mesmo local, acho que nas “pedras da
foz”, na praia do Farol.
Eu estava a tentar apanhar algo e a grade estava à vista. Aparece outro
“indígena” que me começa contar que antigamente é que era bom. Havia tanto
peixe no rio que bastava ter um barco a remos. Assim, uma vez, meteu-se ao
rio, para apanhar “umas estevas para fazer umas papas”. O peixe era tanto de
roda do barco que ele pegou no saco de plástico, que era para trazer as
estevas, enfiou-o na água e ele veio cheio de robalos!!! Havia mais robalos
do que água!!!
Aí eu fiz a minha intervenção: “caramba os alentejanos comem toda a
porcaria de ervas; agora até já fazem papas com estevas!
O homem nem me respondeu. Virou-me as costas furioso e foi à vida dele.
Claro que eu compreendi que as estevas eram para acender o lume para ele
fazer as papas. Eu é que fingi não perceber… Acho que nunca mais o vi.
3) A terceira história passou-se na velha pensão Margarida ou Manjedoura
como sabem. Havia lá o célebre quadro com o ditado: “aqui se juntam
caçadores, pescadores e outros mentirosos”. Um miúdo estava lá jantando com
a família e começa a soletrar: aqui… se… juntam… etc. O Dono, o velho Manel,
então pergunta-lhe: “e tu pertences a qual grupo?”. Resposta pronta do puto:
sou do Benfica!!!
Desculpem o tempo que vos tomei, mas uma vez, na praia do farol………..
Mário Oliveira
Pousadas Velhas
Vila Nova
de Milfontes


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