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Sou amante da pesca e do mar desde criança. Desde então pesco
e faço caça submarina, tendo sempre como meu mestre o meu
querido pai. A seguinte história é apenas mais uma dos meus
contactos com o mar. Num destes verões dediquei as minhas
caçadas sub à anchova, mesmo por fora da rebentação das ondas,
procurando-as no limiar da "água branca".
Fiz pescarias espectaculares, sendo o maior exemplar de 12 Kgs.
No dia 12 de Agosto desse ano e a pescar de cana (e de pedra)
com a minha filha de 7 anos, vi passar mesmo junto da
rebentação o vulto de 2 anchovas. Corri a casa (a 200m) buscar
a arma, máscara, barbatanas e punhal. Mal saltei na água vi o
vulto das 2 anchovas a entrar numa pequena enseada mesmo na
rebentação.
 
Aproximei-me sempre a marcar a ondulação e disparei, trancando
a anchova maior. Deixei-a correr um pouco e quando cansada,
abracei-a e no momento que lhe ia enfiar o punhal por detrás
dos olhos ela escorregou-me com uma onda que passou e
abocanhou-me o meu braço esquerdo.
A minha sorte foi que foi um simples fechar e abrir de boca,
pois se continuasse a fechar, traçava um bom naco de carne
fora (como traça um sargo quando estamos a retirá-lo da água
com uma cana). As luvas são fundamentais e o fato...mas com a
pressa para chegar ao local não me equipei.
Já apanhei centenas (para não dizer milhares) de anchovas,
bicudas, moreias e outros peixes com dentes que devemos
evitar. Na verdade nunca pensei levar uma dentada de uma
anchova e ganhar uma tatuagem 5 estrelas de dentinhos
triangulares. Podem ver acima fotos da anchova que me tatuou
e da anchova de 12 kgs.
Rui Rosa
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